ARAPIRACA TEM O PRIMEIRO CAMPEONATO FEMININO DE XADREZ DA HISTÓRIA
A cidade de Arapiraca, situada no agreste
alagoano, sediou no ano de seu centenário e pela primeira vez em sua história, no
sábado dia 06 de julho, o primeiro Campeonato
Arapiraquense Feminino de Xadrez; torneio que se destaca como um momento
histórico para nossa cidade, posto que foi voltado exclusivamente para
mulheres, representando um marco significativo na promoção e inclusão feminina
em um esporte tradicionalmente dominado por homens.
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Folder do Torneio |
Realizado nas dependências da AABB (Associação Atlética
Banco do Brasil), este torneio foi validado pela LBX (Liga Brasileira de
Xadrez), contou com o apoio da FEXEAL (Federação de Xadrez do Estado de
Alagoas), do clube Capivara Chess e teve como árbitro o professor Alciro Acioli. Compareceram ao evento
um total de 49 enxadristas, número digno de um grande torneio.
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Salão de jogos na AABB |
Além de fomentar a prática do xadrez entre as
mulheres, o campeonato também buscou destacar e revelar talentos locais e estaduais.
Ao final das disputas, que se deram num sistema suíço em seis rodadas no ritmo de
25 minutos, foram coroadas duas campeãs: a campeã alagoana Raíssa Moura, que
demonstrou um domínio impressionante desse nobre jogo, e a campeã arapiraquense
Erika Luana, cuja trajetória no xadrez é particularmente inspiradora.
Erika é uma jovem estudante do curso de
matemática da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) que começou a se
interessar pelo xadrez há apenas seis meses. Seu efetivo envolvimento com o
esporte se deu através de uma atividade de extensão universitária promovida
pelo professor Ornan Filipe. Este projeto, que tinha como objetivo incentivar o
raciocínio lógico e estratégico entre os alunos, acabou por revelar talentos como
Erika Luana e Bruna Francielle para o xadrez. Em pouco tempo, ela se destacou
entre as colegas e decidiu participar do campeonato arapiraquense, onde acabou
conquistando o título local, tornando-se a primeira campeã feminina da história de Arapiraca. Nas palavras da própria campeã “Se não fosse pela
extensão, eu não teria continuado no xadrez e participando de torneios. Foi
através da extensão que conheci os torneios e eventos; sem ela, seria apenas diversão
dentro da universidade... Sem falar na questão da evolução nas estratégias do
jogo.”
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Erika Luana |
A vitória de Erika comprova que dedicação e
talento produzem doces frutos, além de ressaltar a importância de iniciativas
que incentivem a participação feminina em esportes intelectuais. O xadrez, em
particular, continua um esporte que desperta pouco interesse entre as mulheres,
muitas vezes devido a estereótipos e falta de oportunidades. Torneios como o
campeonato arapiraquense feminino de xadrez e projetos que visem o ensino do
jogo são fundamentais para mudar esse paradigma, colocando-se como verdadeiros
catalizadores para que mais mulheres descubram e desenvolvam suas habilidades
no jogo. A própria campeã arapiraquense incentiva "Diria para uma menina que tem medo de torneio que 'meta as caras' e vá participar dos torneios. Você só conhecerá o que realmente é o xadrez, quando começar a enfrentar adversários fortes... Que te motivam a melhorar".
Em partida decisiva, Erika Luana x Alana Vitória,
chegamos a seguinte posição em que jogam as brancas.
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Posição crítica |
Seguiu 1. Tf1
Dxa2 2. Ch5 Dxb3?? Um erro que
negligencia o forte ataque preparado por Erika na ala do rei. 3. Dd4
(ameaçando mate) Tf6 4. Cxf6 gxf6?? (o erro fatal)
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Erika e Alana |
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Brancas jogam. Mate em 3. |
5.
Tg1+ Rf8 6. Dxf6+
Re8 7. Tg8#
A conquista de campeãs como Raíssa e Erika no
cenário esportivo estadual mostra que o talento e a determinação não têm
gênero, e que com apoio e oportunidades, as mulheres podem alcançar grandes
feitos em qualquer área. Mais ainda, com a realização deste torneio, Arapiraca
se coloca na vanguarda da promoção do xadrez feminino, inspirando outras
cidades a trilharem o mesmo caminho.
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Raíssa na mesa 1 |
Assim, o primeiro campeonato arapiraquense
feminino de xadrez da história de nossa cidade, não apenas celebra a habilidade
e o espírito competitivo de suas participantes, mas também reforça a
importância de promover a inclusão e a igualdade de oportunidades no esporte, quiçá
inspirando uma nova geração de enxadristas a perseguirem seus sonhos e a
desafiarem seus próprios limites.
A seguir, colocamos a classificação final em cada certame.
Alagoano Feminino: Raíssa Moura (campeã), Laura
Sophia (vice-campeã), Katja Sophia (terceiro lugar)
Arapiraquense Feminino: Erika Luana (campeã),
Bruna Francielle (vice-campeã), Alana Vitória (terceiro lugar).
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Da esquerda para direita: Katja, Raíssa e Laura |
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Linaldo Bispo, Bruna Fracielle, Helder Bispo, Erika Luana, Ornan Filipe e Alciro Acioli |
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Foto com parte das enxadristas |
Texto de Ornan Filipe.